Sexo é assunto de família
Como pais, devemos fazer do ambiente familiar um lugar aberto e seguro, onde nossos filhos tenham a liberdade de conversar conosco sobre qualquer assunto, inclusive sexo. Os pais não podem mais se perguntar se devem ou não conversar sobre sexo com os filhos, mas sim quando devem e como devem abordar esse assunto.
Infelizmente nossos filhos estão crescendo num mundo onde a sexualidade é precoce, exacerbada, deturpada e de livre acesso. Alguns dados recentes mostram isso, como vocês podem ver abaixo:
- 32,6% das meninas tiveram sua primeira relação sexual aos 15 anos (Folha de São Paulo de 2006)
- Aos 10 anos, 75% dos alunos de escolas classe A/B em São Paulo já tiveram algum contato erótico, como beijo de língua, amassos e toques em partes erógenas. (3ª Pesquisa Nacional de Demografia da Saúde da Mulher e da Criança, realizada pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) de julho de 2008)
- No primeiro relacionamento duradouro, a garotada passa das carícias para a relação sexual com penetração em no máximo sete meses, incluindo de tudo em suas práticas – sexo vaginal, oral, anal, masturbação mútua. (3ª Pesquisa Nacional de Demografia da Saúde da Mulher e da Criança, realizada pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) de julho de 2008)
Ao ler esses dados assustadores, podemos ter o impulso de trancarmos nossos filhos em casa até os 20 anos de idade ou mudarmos de planeta, mas logo percebemos que essa maravilhosa solução não é viável. O que fazer então?
Será que é possível criar filhos sexualmente puros nesse mundo louco onde o sexo está tão banalizado e deturpado? Nós cremos que sim, mas é uma tarefa árdua, de persistência, de muita conversa, dedicação e oração da parte de nós, pais.
Conversar aberta e biblicamente sobre sexo com nossos filhos pode parecer assustador para a maioria de nós, mas gostaria que pensássemos numa coisa: Se nossos filhos não obtiverem essas informações em casa, onde eles aprenderão sobre isso? A resposta é: na televisão, na Internet, nos filmes, nas músicas, com os amigos ou qualquer outro tipo de mídia ao qual eles tenham acesso. Então, qual é a sua escolha: ensinar seus filhos sobre sexo ou deixar essa tarefa para o mundo aí fora?
A igreja pode nos ajudar nessa tarefa e esse é um dos objetivos desse artigo, mas precisamos lembrar que eles passam muito pouco tempo na igreja e que a tarefa de educar nossos filhos na Palavra de Deus é nossa e não de outra pessoa ou instituição. Temos que assumir nossos papéis de pais e tomar atitudes que muitas vezes irão desagradar nossos filhos.
Ouvi pessoalmente de um renomado psiquiatra brasileiro especializado em jovens, que pais têm que ser pais e não amigos de seus filhos. Temos que exercer nossa paternidade com amor e responsabilidade para que nossos filhos cresçam sabendo tomar decisões sábias em suas vidas e no que diz respeito ao sexo.
O mundo está dizendo aos nossos filhos que sexo fora do casamento é bom, é natural, é comum e o importante é fazer o que se quer e o que gostamos. As campanhas das escolas, da TV e até do governo dizem: “faça sexo, mas faça sexo seguro usando preservativo”. Não há nenhuma campanha que fale da abstinência sexual fora do casamento.
Comentei com uma amiga não cristã, profissional de saúde, que estava preparando esse material sobre sexualidade para os pais e para os pré-adolescentes de minha igreja e ela prontamente se ofereceu para ajudar fornecendo material sobre preservativo masculino e preservativo feminino. Expliquei que nossa posição cristã e bíblica é de que sexo é só para o contexto do casamento e que falaria sobre abstinência e não sobre como fazer sexo seguro. Ela ficou espantada com minha posição sobre o assunto e me disse, que quer queiramos ou não, nossos jovens estão fazendo sexo a partir da pré-adolescência e que se nos preocupamos realmente com eles deveríamos pelo menos ensiná-los a evitar uma gravidez indesejada ou uma doença sexualmente transmissível.
Para mim, isso seria o mesmo que ensinar nossos filhos a colarem na escola sem serem pegos ou a burlarem a lei sem serem presos. Resumindo, seria o mesmo que ensiná-los a pecar com segurança. E sabemos que nossa grande missão como pais é ensinar nossos filhos a terem um relacionamento verdadeiro com Jesus Cristo e que o pecado traz conseqüências que atrapalham esse relacionamento.
Preparados para enfrentar essa batalha? Então aqui vão algumas dicas práticas:
Converse com seus filhos sobre sexo regularmente e naturalmente. Não crie momentos especiais para isso. É claro que precisamos falar intencionalmente sobre isso, mas use as situações do dia a dia, como cenas de programas na TV, propagandas, letras de música e acontecimentos anunciados na mídia para começar a falar de sexo. Basta assistir uma novela infanto- juvenil ou uma das séries de TV que eles mais gostam para que essas oportunidades apareçam. Não faça um sermão, mas dê espaço para o diálogo e assim seus filhos poderão dizer o que pensam sem o receio de serem julgados e condenados.
Fale sobre as mudanças hormonais e físicas pelas quais eles vão passar ou já estão passando. Essa pode ser uma fase difícil para eles, pois o corpo e as emoções deles sofrem muitas mudanças. É importante que eles entendam que todas essas mudanças estão dentro do plano de Deus para a vida deles. Eles precisam entender que não há nada errado com as novas emoções que estão sentindo, mas o problema reside em ter o controle sob essas novas emoções e desejos. 1 Tessalonicenses 4:4-5: “Cada um saiba controlar o seu próprio corpo de maneira santa e honrosa, não dominado pela paixão de desejos desenfreados, como os pagãos que desconhecem a Deus.”
Mostre aos seus filhos a importância de resistirem à pressão do grupo. Muitas vezes eles tomam decisões relativas ao sexo apenas pela pressão negativa do grupo, pelo medo de serem excluídos, de serem taxados de “nerds” ou no caso dos garotos de serem acusados de homossexualidade. Por isso é importante que eles encontrem um grupo que exerça uma influência positiva sobre eles e esse é o nosso objetivo nos ministérios da Nova Geração em nossa igreja.
Desencoraje, desestimule ou se preciso coloque limites claros ou proíba os namoros precoces. Mostre as vantagens de eles manterem um grupo de amigos ao invés de se isolarem com uma pessoa apenas. Eles estão na idade de conhecer novas pessoas e se divertir em grupo. Como o namoro deve ser encarado como um primeiro passo em direção a um compromisso mais sério como o casamento, eles ainda não têm idade ou maturidade para esse tipo de compromisso. Caso o namoro seja permitido, coloque limites bem claros para eles evitando que eles fiquem sozinhos em situações tentadoras.
Converse com eles sobre os planos de Deus para o sexo. A Bíblia não é um manual sobre sexo, mas ela nos dá princípios para termos uma sexualidade dentro dos padrões de Deus. O sexo é um presente de Deus para nós, para o nosso prazer quando usado dentro dos planos de Deus:
- Sexo é bom, pois foi criado por Deus para nós. “Pois tudo o que Deus criou é bom,e nada deve ser rejeitado, se for recebido com ação de graças,” 1 Timóteo 4:4
- Sexo é só entre um homem e uma mulher. “Criou Deus o homem à sua imagem,à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.Deus os abençoou, e lhes disse: “Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra”. Gênesis 1:27-28
- Sexo é só para o casamento. “Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne.”Gênesis 2:24
Deixe bem claro para seus filhos que o relacionamento deles com Jesus Cristo é primordial para que eles consigam se manter puros sexualmente. Eles têm que colocar o relacionamento com Jesus em primeiro lugar. Quando Jesus é realmente o Senhor da vida deles, fica mais fácil eles se manterem dentro dos padrões de Deus.