O Princípio da Pregação Cristocêntrica
Um dos princípios elementares da Hermenêutica Histórico-Gramatical é de que toda pregação fiel é cristocêntrica. Em 1 Coríntios 2.2 Paulo escreveu: “Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado”. O apóstolo Paulo apresentava Cristo em todas as suas pregações. Ele não forçava nem adulterava o texto para pregar Cristo, mas o fazia porque o Senhor é encontrado, direta ou indiretamente, em toda perícope bíblica. O centro das Escrituras é Cristo e seu sacrifício. Todo o desenvolvimento da revelação se deu mediante este cerne, Jesus.
A essência dessa Pregação Cristocêntrica pode ser extraída das próprias palavras de Cristo: “ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar” (Mt 11.27). Pregação Cristocêntrica não diz respeito a um método, meramente, mas a uma interpretação correta, centrada em Deus, e não no homem. E para se interpretar corretamente o texto inspirado, cristocentricamente, é necessário que se recorra ao Espírito de Deus, naturalmente.
A ausência desse tipo de pregação em boa parte dos púlpitos de nossos dias se dá porque muitos pregadores hoje não assumem o compromisso de confrontar o pecado através das Escrituras. Ao contrário, se preocupam mais com os resultados visíveis, com o que agrada às pessoas, a se pregar o que é necessário para uma genuína transformação de conduta.
Diante da violência, injustiças sociais e imoralidade do mundo contemporâneo, fica evidente a grande necessidade de que os púlpitos estejam repletos de exposições cristocêntricas. O púlpito não é uma plataforma de relações públicas, mas um trono onde todo o conselho de Deus deve ser proclamado fielmente na autoridade do Espírito Santo (At 20.27).
É impossível se interpretar corretamente as Escrituras a não ser pelo entendimento de que a Bíblia é uma unidade cristocêntrica. Toda pregação fiel mostra o contexto redentor das Escrituras. Por isso, todo sermão deve ser cristocêntrico.