Legalismo e Mundanismo se beijam

Jubal Gonçalves
21/3/2019
Hermenêutica

Legalismo e mundanismo são aparentemente dois extremos que lançam seus dardos contra a Igreja de Cristo. O legalismo é a tentativa de reduzir a graça de Deus a regras humanas. É uma forma de se ser “demasiadamente justo” (Ec 7.16). Ele é expresso, muitas vezes, no pentecostalismo e neo pentecostalismo em seus usos e costumes, e, outras vezes, pode estar em igrejas tradicionais quando influenciadas por uma ortodoxia morta e orgulho denominacional maior que o amor a Cristo; e nos dois grupos pode ser expresso em certo misticismo religioso e ativismo (1 Tm 4.8). Contudo, atender às exigências estabelecidas por nós mesmos é conveniente e muito mais fácil que obedecer a Deus, tanto porque, a verdadeira obediência não poderá ser exercida por quem não foi alcançado pela graça.

O mundanismo, por outro lado, é confundir a liberdade cristã com libertinagem (1 Co 6.12); é colocar os desejos, ideias e preferências como norma, não a Bíblia, subjetivando todas as coisas e desprezando os meios de graça. E na tentativa e pretexto de não ser legalista, se esquecer que liberdade não consiste em capacidade de obedecer sem o auxílio do Espírito e sujeição às  Escrituras. A aparente liberdade para decidir, cantada por uma banda que gostava na adolescência (Cranberries) é enganosa. Afinal de contas, devemos ser “escravos” de Cristo (Rm 1.1) e não do nosso enganoso coração (Ez 14.1-8). Destronemos nossos ídolos, que em última instância somos nós mesmos. E aceitemos a confrontação das Escrituras (Hb 10.25).

Duas ideias que parecem se opor são parceiras e se unem em seus ataques ao cristianismo e na tentativa de ludibriar os crentes. A Bíblia fala que a justiça e a paz se beijaram (Sl 85.10), mas penso que o legalismo e mundanismo em nosso tempo se dão as  mãos  e se beijam também. O legalismo quer substituir a Palavra de Deus por regras, enquanto o mundanismo tenta substituí-la por nossa pecaminosa vontade. Respondamos assertivamente a esses dois pecados simplesmente obedecendo o que está expresso nas Escrituras, por amor a Cristo, nada mais.